2006/06/23

Em Junho, blogar a rimar!


O blog já se queixa
Que eu não o ando a alimentar
Até os poucos leitores da chafarica
Acham que passo tempo demais a namorar.

Sim, o amor consome tempo
Mas há outro segredo afinal
Também tenho ocupada, é verdade
A ver os jogos do mundial!

Mas já tinha saudades disto
De verdade, podem crer
Tanto que me pus a inventar
Pensei, pensei e decidi começar a escrever.

Nesta época de santos populares
Não me podia esquivar
Queria pôr aqui qualquer coisa
Mas tinha de ser a rimar

A inspiração não anda boa
E só me saem coisas foleiras
Mas com estas vitórias de Portugal
A culpa bem pode ser das bebedeiras

Por isso meus amigos não desesperem
Com esta cadência quase mensal
Pode ser que tenha mais tempo
Isto se Portugal não chegar à final.

Não sei se já repararam
Que nesta explicação rimada
Arranjei mesmo uma maneira
De escrever, escrever sem dizer nada.

Afinal até sou boa nesta coisa
Quem havia de dizer?
É que isto de escrever sem dizer nada
É só para quem pode, não é para quem quer!

E agora me despeço
Com um singelo até breve
Entretanto não desesperem
Que um dia destes a maluquinha volta e escreve!




P.S.Se ficarmos pelos oitavos volto mais depressa, lixado fica tudo se com muitaaaaaaaaaaaa sorte formos mesmo à final! Ora até uma próxima!

2006/06/13

O amanhecer de um sorriso...


Ela dormia. Vivia a vida de quem finge que vive. Não parava, não sentia, não queria, não tinha tempo. Estava ocupada com a ilusão de que vivia a vida a 100%, que tinha tudo, que podia o que quisesse e que isso era o que desejava.

Um dia, um instante, uma palavra num ecrã sacudiu-a. Estremeceu, parou mas apenas um momento. Não tinha tempo, não tinha decidido, não ia dar importância...

A vida ia passando, sendo aproveitada até à sua mais infíma possibilidade. Era ela, decidia, vivia e divertia-se com o caminho. Sem saber que estava adormecida, acreditava ser vida o sonambulismo em que vivia. Permanecia, segura na sua realidade criada, protegida e satisfeita com o que podia ter, julgando que tinha o que queria.

A vida era diversão, era aproveitar os momentos que seriam sempre efémeros, escravos do desinteresse imediato que sempre acompanhava os seus empolgamentos fugazes.

As palavras no ecrã sucederam-se. O objectivo, acreditava, era continuar a divertir-se, aproveitar porque em breve o momento passaria. Era divertido e ela que vivia a rir, tanto nas alegrias como nas tristezas, ria agora com uma vontade genuína. Quão engraçadas podem ser meia dúzia de palavras num ecrã... Como elas passaram de meia duzia a milhares ninguém sabe, nem os dois, mas era natural.

Tantas gargalhadas foram trocadas mas como era possível apreciá-las através de um ecrã?
"Um dia vou querer ouvir essa sua gargalhada..."
"Certamente. Quando quiser, não será difícil rir consigo..."

A primeira gargalhada ouvida conduziu ao primeiro sorriso vislumbrado. O momento entrou de sopetão, de tal forma que quase a derrubou. Lutou, insurgiu-se, não queria acordar. Para quê abandonar a segurança do seu mundo alucinado?

Vislumbrou o que era real. Não via mais do que aquilo que estava bem em frente dos seus olhos. Armou-se de espirito aventureiro e deu um passo rumo ao desconhecido. Sempre em busca da diversão imediata, obviamente o desinteresse não tardaria...

Mas ele tardou, tarda ainda.

Ela acordou para as palavras que passaram do ecrã para o ouvido. Para as gargalhadas partilhadas e lembrou... lembrou o primeiro sorriso que, desde então, a acompanha sempre desde que acorda.
Parou... quis... aprendeu a recomeçar a viver...

P.S. Para ti. Obrigado por me dares razões para sorrir apaixonada há 365 dias. Amo-te.