2006/11/29

E assim, nós os três...

Foi naquele dia, na hora marcada, no local combinado. Nós, deixando para trás as nossas outras vidas, tinhamos finalmente combinado o encontro há tanto tempo adiado.

Ainda me lembrava da última vez, dos rostos ansiosos, iluminados, do exaltar dos sentidos, da avidez perante o que se adivinhava. Lembro as expressões de prazer, do gosto saboreado, da saciedade expressa nos nossos rostos. Sim, nós os três iamos relembrar finalmente tudo.

Cheguei, sentei-me, ansiosa aguardei bebericando o meu martini que amainava o nervoso miudinho da antecipação. Eis que, um pouco atrasada, ela chega.

É sempre um prazer vê-la chegar, caminhando decidida na minha direcção. Leio-lhe no olhar a mesma ansiedade, o mesmo apetite latente. Acompanhou-me no martini, as duas trocando olhares cumplices de quem antevê uma grande noite.

Vemo-lo chegar. Ele caminha com a calma de quem sabe fazer-se esperar, numa deliberada atitude provocatória.

Depois dos cumprimentos da praxe, da conversa de circunstãncia que não disfarçava a vontade de avançar para a parte seguinte, fomos.

Bem juntos caminhámos para o nosso local. Tantas vezes o tinhamos visto mas a sensação de entrar por aquela porta ainda causava em nós o mesmo efeito que tinha causado há tantos meses atrás na nossa última visita a três. Com um nervoso miudinho sentámo-nos, olhámos uns para os outros e tratámos de que tudo estava pronto e preparado para nós.

Ajudados por mais um copo, desta vez de sangria, o gelo começou a quebrar. Já sentiamos de perto o aroma. Já os olhos nos brilhavam com a visão do objecto dos nossos desejos. Foi tal como me lembrava... o mesmo cheiro, o mesmo aspecto delicioso, o mesmo sabor lascívo...

Engraçado como, tal como da outra vez, as nossas expressões era tão iguais. Humedecemos os lábios precisamente ao mesmo tempo... já praticamente salivavamos de tanta vontade.

Costuma dizer-se que tudo o que é bom ou é pecado ou faz mal. E este era o nosso grande pecado, o nosso pecado a três. Não há maneira melhor de pecar do que acompanhada por vocês, meus amores...

Viva a gula! Finalmente atacámos. Avançámos com tudo para o nosso maravilhoso bife com molho roquefort! E... foi bom. Foi tãoooooooooo bom!

Amiguinhos, obrigado pela companhia. Temos que ir lá mais vezes porque se passamos muito tempo afastados os "sinhores" sentem saudades nossas e nós saudades dos bifes. Ehehehehe!

10 Comments:

Blogger VF said...

Amiga não é para provocar!
É só porque não consigo chegar a horas a coisa nenhuma!!

Só isso!

Mas gostei!
Claro que temos de repetir, pelos bifes, pela companhia, pelo pecado da gula, e pelos sorrisos que afinal trocamos!

10:15 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Eu à espera de uma sessão de pura luxuria carnal (leia-se sexo desvairado a três) e deparo-me com um bife!!! com molho roquefort!!!

Outros prazeres, sem duvida ;) sua doida!!

10:18 da manhã  
Blogger soeumesma said...

Xô Vitor: A malta sabe. Mas deixa lá que vale sempre a pena esperar por ti. E não é que embora os bifes sejam orgasmicos os sorrisos foram a melhor coisa da noite? Beijo

Olivinha: Oh mulher! Então e não foi um momento de lascivia carnal?? Bom, não foi sexo desvairado a três mas aqueles bifes são mesmo do topo. Quando lá fores da próxima vez connosco (porque a malta vai a três mas também pode muito bem ir a quatro ou a cinco...) vais perceber que é uma experiência verdadeiramente lasciva. Beijo, beijo.

10:22 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Ó meus amores sabem que é sempre um prazer estar convosco e partilhar um bom copo... um bom prato... um bom pescoço ;)

Beijos aqui, ali e acolá!

11:27 da manhã  
Blogger VF said...

Tinha de ser!

Já não digo mais nada!

12:11 da tarde  
Blogger Helluah said...

ehehe.... e as morangoskas happy hour la na esplanada?? aaiiiiii.... seu trio de depravados, depenicadores, provocadores....hmpf......

2:58 da tarde  
Blogger António said...

Olá!
Uma história de suspense...gastronómico!
Gostei!
E como são 13:13 e já tinha algum apetite, agora fiquei com uma fome devoradora.

Obrigado pelo teu comentário.
Fiquei babado com as tuas palavras.
Afinal valeu a pena ter protestado pois agora já alguns leitores não comentadores vão aparecendo.
ah ah ah
Também considero "O viúvo" a melhor ficção longa que escrevi.
Já tenho um sitemeter, mas como há muitas pessoas que lá vão imensas vezes ver se há coisa nova e outros que vão de passagem e eu vou muitas vezes, etc., etc., não me dá uma imagem minimamente precisa do que eu gostaria de ter.
Vai aparecendo, ok?

Beijinhos

1:20 da tarde  
Blogger António said...

Olá!
Agora venho só agradecer a visita e o "comment" (assim, muito "british", tem mais pedigree).

Beijinhos

9:58 da tarde  
Blogger JPS said...

E podia ter sido a 4...

11:51 da tarde  
Blogger António said...

Olá!
Então quando temos novo post?
Obrigado pelo teu comentário.
Em relação ao final, obviamente não se pode agradar a todos, portanto procuro agradar a mim próprio.
eh eh
Como havia várias histórias, decidi fechá-las quasi todas, talvez com a excepção da da Ana Maria e da Teresa.
(A malograda Sónia, de facto pensou em chantagear o patrão Francisco, mas acabou por desistir, sobretudo depois da reacção violenta e negativa do homem com um perfil claramente mafioso, o Alex).
Agora vou descansar um pouco.

Beijinhos

1:26 da tarde  

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